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Cartas

A nomeação de Maria Luís Albuquerque

É realmente complicado entender-se esta escolha para o cargo relevante de representante de Portugal no seio do novo coletivo de comissários europeus. Parece um prestar descarado de vassalagem a Pedro Passos Coelho e uma aposta arrogante e revanchista do Executivo em confrontar o Partido Socialista, e os restantes partidos de esquerda, com um saudosismo absurdo dos perniciosos tempos da troika, aos quais o rosto da nova comissária está indelevelmente associado. Carece de argumentos políticos, técnicos e éticos suficientemente abonatórios a opção por Maria Luís Albuquerque, havendo, certamente, outras alternativas bem mais credíveis e, sobretudo, causando menos erisipela em parte substancial da sociedade portuguesa. Soa a pura provocação e isso é feio, muito feio e, como disse o outro, “não havia necessidade”. Siga o baile, que todas as máscaras vão cair um dia.