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Cartas

Uma reforma estruturante

Se fosse uma jangada, Portugal capotava e afundava-se. A concentração da população no litoral, especialmente junto das grandes cidades, e um interior cada vez mais desértico, com aldeias onde pouca gente ou ninguém vive, é seguramente uma das causas primeiras para a crise habitacional que aflige as grandes urbes. Uma situação que tem vindo a agravar-se e com tendência para se agravar cada vez mais. É urgente o Governo olhar para esta realidade e adotar as medidas necessá­rias para reverter esta situação. Importa atrair e fixar pessoas nas regiões mais despovoadas do país. A fiscalidade é, provavelmente, a ferramenta mais eficaz para o Governo corrigir as assimetrias demográficas. Se a Suíça, um país que cabe em metade de Portugal, tem vários escalões de IRS conforme o cantão de residência dos cidadãos (a Suíça tem 26 cantões), Portugal pode muito bem ter três ou mesmo quatro regiões fiscais.