Nas primeiras 24 horas de regresso à vida civil, ao fim de 45 anos fardado, Henrique Gouveia e Melo dormiu e passou o dia em casa. Nesse 28 de dezembro de 2024 em que transitou para a reserva foram-lhe devolvidos os direitos políticos e constitucionais da maioria dos cidadãos portugueses, dos quais não quis abdicar previamente enquanto militar. Mas há coisas que não mudam: Gouveia e Melo viveu e cresceu dentro da instituição e da cultura militar, assimilou esse ethos, por isso será sempre estruturalmente um militar e será percecionado assim enquanto estiver na política. Se é bom, mau ou indiferente, depende do olhar e da posição do observador. E isso faz toda a diferença.
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Ensaio: Gouveia e Melo, entre o fascínio do povo e o preconceito das elites
Enquanto a elite abjura o almirante Gouveia e Melo pelo estereótipo militar, o povo adere por desesperança nos partidos. Ensaio adaptado a partir do livro “Gouveia e Melo - Uma biografia” (Ideias de Ler), da autoria de Vítor Matos, e que será lançado no próximo dia 25