Tendo a Administração Trump, neste seu segundo mandato, cruzado a marca dos 100 dias, parece ser consensual — pelo menos se nos fiarmos na generalidade da imprensa norte-americana e internacional — a preocupação com o futuro da democracia nos Estados Unidos e no mundo. Parangonas como “As ações de Trump testam os limites do poder presidencial e a resiliência da democracia dos Estados Unidos” (Associated Press) e ‘Num sentido real, a democracia dos EUA morreu: como Trump está a imitar Orbán da Hungria’ (“The Guardian”) indicam, de maneira inequívoca, essa apreensão. Ao mesmo tempo, periódicos especializados da área da política internacional e da geopolítica ecoam as mesmas preocupações com títulos como ‘Estará Trump a executar um autogolpe? Os autocratas modernos não declaram abertamente a sua intenção de destruir a democracia, mas corroem-na secretamente ao longo do tempo’ (“Foreign Policy”) ou ‘O Caminho para o autoritarismo americano. O que se segue ao colapso democrático?’ (“Foreign Affairs”). O tom predominante é de receio e de pasmo: o que está a acontecer à América? E à democracia? Estarão ambas em perigo? Se assim for, o que significa isso para o resto do mundo?
Exclusivo
Que democracia na América?
A professora do Instituto de Estudos Políticos da Católica escreve sobre a ameaça que Trump representa para a democracia americana