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Coliseu do Porto celebra 30 anos nas mãos da cidade

A programação para 2025 pretende honrar a mobilização espontânea de há três décadas

“Eu acho que o Coliseu é só para espetáculos; não é para seitas nem religiões”, declarava, no “Telejornal” da RTP do dia 4 de agosto de 1995, com seriedade própria de adulto, um rapaz de não mais de 12 anos. Na mesma peça, a repórter descreve “centenas de pessoas” concentradas na Rua de Passos Manuel, envergando cartazes sob o lema “não nos tirem o Coliseu”. A seguradora Aliança UAP, gestora do então cinquentenário Coliseu do Porto, teria um contrato-promessa de compra e venda com a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) para a aquisição do edifício. O movimento popular desse dia de agosto foi “refundador” para o Coliseu do Porto, pondera o atual diretor, Miguel Guedes, e a pedra basilar para, depois de um concerto de angariação de fundos, a fundação da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto (AACP), que em menos de um mês angariaria cinco mil sócios, coletivos e individuais, e 500 mil euros. Praticamente um ano depois, a 2 de agosto de 1996, com o apoio da autarquia, a Área Metropolitana do Porto e do Ministério da Cultura, o contrato com a IURD foi rasgado e o Coliseu do Porto foi comprado por 680 mil contos — o que hoje seriam quase 3,4 milhões de euros.