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“É claro que há material para estudar o rosto de D. Sebastião”

A antropóloga forense que estudou os restos mortais e reconstituiu o rosto de D. Dinis admite fazer o mesmo com o monarca desaparecido em Alcácer-Quibir

Eugénia Cunha, à esquerda, e Maria Antónia Amaral, coordenadora do Projeto de Conservação e Restauro do Túmulo de D. Dinis. Entre as duas, o rosto reconstituído do rei na apresentação da cabeça do monarca na terça-feira, no Mosteiro de Odivelas
António Pedro Ferreira

Licenciada em Biologia, professora catedrática no Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra e diretora do Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses, Eugénia Cunha tem “40 anos de experiência com ossos”. Já foi chamada de a “Bones” portuguesa, numa alusão à série televisiva em que a personagem principal é uma investigadora forense. Em 2006 liderou a equipa que ia estudar os restos mortais de D. Afonso Henriques, até que o Instituto Português do Património Arquitetónico, apoiado por Isabel Pires de Lima, então ministra da Cultura, proibiu a investigação do perfil biológico quando já se removia a primeira pedra do sarcófago real. Mas se este projeto ficou pelo caminho, esta semana Eugénia Cunha participou na apresentação da reconstituição do rosto de D. Dinis.