Automóveis

Eis o novo DS7, o modelo que Emmanuel Macron utiliza para desfilar com os seus convidado nos Campos Elísios

A última figura pública de dimensão mundial a ser transportada no DS7, ao lado do presidente francês, foi o rei Carlos III de Inglaterra. Já nós, ‘desfilamos’ na Avenida da Liberdade, em Lisboa

Transpira design, elegância e bom gosto, sem desprimor para alguns pormenores de um certo vanguardismo à mistura com elementos visuais marcadamente clássicos, como um relógio analógico bem no centro do tablier. Mas já lá vamos.

É verdade que os gostos não se discutem mas, neste caso, aceito entrar nessa discussão, pois acho que o DS7 E-Tense nos dá todos os argumentos e ainda mais alguns para que possamos sustentar a argumentação a seu favor.

Não sei se é o melhor que se produz em toda a indústria automóvel francesa mas, o facto de ser a escolha do presidente Emmanuel Macron para receber e transportar consigo outros chefes de Estado que acolhe em visitas oficiais, pode querer sinalizar que sim, que é um carro que vale mesmo a pena.

Uma das suas últimas aparições em público, a bordo do DS7, foi quando o presidente Macron recebeu, em solo francês, o rei Carlos III de Inglaterra, há pouco mais de um mês.

O presidente e o rei desfilaram pelos Campos Elísios, bem no centro de Paris e, alguns dias depois, era eu que ‘desfilava’ pela Avenida da Liberdade, bem no centro de Lisboa a bordo do novo DS7 E-Tense, o híbrido que tem lançamento nacional marcado para este mês. E como foi bom olhar para Lisboa a partir do lugar do condutor a bordo deste DS7, que dispõe de uma excelente posição de condução.

Andando um pouco para trás, e ainda antes de entrar no carro, se há um pormenor exterior que é impossível ignorar é o desenho das óticas dianteiras que descem pelas laterais do para-choques abaixo numa sucessão de pequenas faixas luminosas alinhadas na vertical, com a forma aproximada de um boomerang. Ou se calhar não é bem isso, mas apenas um rasgo de genialidade dos designers da marca francesa, cuja equipa do DS Design Studio Paris trabalha em estreita ligação com os seus colegas da produção sediados na fábrica de Mulhouse (a maior comuna do departamento francês do Haut-Rhin, na região Leste daquele país).

Os responsáveis da marca dizem que “a assinatura de luz evoluiu para um visual expressivo”, com o que concordo inteiramente. E acrescentam que “a combinação dos novos faróis mais esguios DS PIXEL LED VISION 3.0 e das luzes diurnas DS LIGHT VEIL é perfeita e realizada segundo o espírito da haute-couture”. Que é como quem diz: ‘alta-costura’ francesa, profusamente presente nos novos modelos da DS.

Pois que assim seja. Pormenores técnicos à parte, a verdade é que resulta muitíssimo bem, impondo personalidade à secção frontal do carro, e não deixa ninguém indiferente.

Já as luzes traseiras em LED, discretamente finas, com efeito de vórtice, foram também redesenhadas, segundo a marca, e com um acabamento metálico escuro. O portão da bagageira e o símbolo da marca foram redesenhados, com linhas mais nítidas, enquanto a denominação "DS AUTOMOBILES" passa, agora, a assinar a traseira visualmente alargada do novo DS 7, em substituição da expressão "CROSSBACK", que sinalizava as versões anteriores.

E não foi preciso muito tempo para me render à elegância e ao arrojo deste renovado DS7.

Já de novo a bordo, a primeira impressão que nos é transmitida é claramente positiva. O conforto domina, bem ancorado numa excelente insonorização, boa posição de condução e espaço quanto baste nos bancos dianteiros e traseiros.

Os assentos e as costas dos bancos foram buscar inspiração às braceletes de metal de um relógio de luxo, feitas a partir de uma multiplicidade de peças encaixadas, a partir de uma única unidade de couro, abdicando de costuras. A marca informa que o couro Nappa “é proveniente de vacas, especialmente criadas pela sua carne, que pastam em campos sem vedações em arame farpado”. Ou seja, sem qualquer espécie de cortes ou vincos indesejados.

Não me apercebi de tanto pormenor mas, que os assentos são muito confortáveis, lá isso são. Não há como ignorá-lo.

Mas verdadeiramente surpreendente foi o facto de ter saído do parque de imprensa do grupo Stellantis, em Sacavém, com o painel de instrumentos a dizer-me que tinha 470 quilómetros de autonomia, e ter chegado ao centro de Lisboa com um pouco mais de 500 km de autonomia. Esta é a beleza dos sistemas de regeneração de energia tanto nos elétricos como, neste caso, no muito bem conseguido hibrido da DS.

Verdadeiramente inesperado e original é relógio de ponteiros, situado sensivelmente a meio do tablier, que roda e fica virado para nós sempre que ligamos o motor do carro.

E é deste tipo de pequenos detalhes que, afinal, se faz a diferenciação de uns carros para os outros. É que, uns têm e, outros… não.

Mas, como em tudo, também aqui, a bordo do novíssimo DS7 encontrei algo com que não me emparelhei facilmente. Estou a falar do sítio e da forma que arranjaram para colocar os botões que servem para abrir e fechar os vidros das janelas.

Em vez de estarem acoplados à parte interior da porta, junto ao puxador – que é para onde se encaminha instintivamente a nossa mão esquerda -, foram colocados ao longo da consola central. Embora sejam de dimensões generosas não é fácil de acertar de imediato com eles, sempre que é necessário.

Provavelmente é uma questão de hábito mas, durante os quatro ou cinco dias em que tive o privilégio de me transportar neste DS7 E-Tense, não acertei uma única vez, à primeira.

Adiante, que isso é apenas mais um pormenor. Falta ainda aqui referir que a gama nacional do novo DS 7 divide-se, de acordo com informação da marca, em seis níveis de equipamento, “aos quais poderão ver-se associadas, consoante os patamares, uma motorização térmica diesel ou uma das três motorizações híbridas DS E-TENSE, todas elas associadas a uma caixa de oito velocidades automática. A versão topo de gama, também a mais potente, conta com tração integral”.

Por último, e não menos importante, os preços: começam nos 50.530 euros e vão até aos 76.230 euros, este último com tração integral e uma potência de 360 cavalos.

Qualquer que seja a escolha, acredite que fica muito bem servido. É um excelente SUV familiar, ótimo para viagens e muito ágil e económico para a cidade, especialmente nas versões híbridas.