Haverá poucas obras mais espaçadas no tempo do que a de Billy Woodberry, que, lado a lado com Charles Burnett ou Julie Dash, foi uma das figuras de proa de um dos mais importantes movimentos cinematográficos norte-americanos da segunda metade do século XX: a Los Angeles School of Black Filmmakers (a.k.a. L.A. Rebellion). De facto, após uma fulgurante longa de estreia sobre as tribulações de uma família afro-americana de Los Angeles (“Bless Their Little Hearts”, de 1983), Billy Woodberry realizou somente uma outra: um documentário sobre a vida e obra do poeta e ativista beat Bob Kaufman (“And When I Die, I Won’t Stay Dead”, de 2015). Desta feita, não foi preciso esperar três décadas para nos reencontrarmos com o cineasta, que regressa agora à nossa companhia com um documentário de coprodução portuguesa (o seu primeiro filme a estrear comercialmente por cá) que, se dúvidas ainda restassem, confirma que a negritude é um dos temas centrais do seu trabalho.
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Cinema: palavra e utopia na Angola de “Mário”, documentário em que o cofundador do MPLA é também narrador
Pela mão de Billy Woodberry, que julgávamos desaparecido em combate, chega-nos um recomendável documentário biográfico sobre Mário Pinto de Andrade, cofundador do MPLA