Sete anos após a sua primeira longa (“Vendeta”), Fargeat regressa com uma parábola sobre o envelhecimento feminino e, muito em particular, sobre uma cultura — a do showbiz — que continua a encará-la como um estigma. Para a elaborar, a cineasta assentará arraiais no território do body horror e reciclará um motivo clássico da literatura e do cinema: o do duplo.
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Elisabeth Sparkle (Demi Moore) é a vedeta de um programa televisivo de fitness, que, depois de décadas de serviço é enviada para casa com uma palmadinha nas costas. Não será preciso esperar muito até que ela tome conhecimento de um produto que lhe promete a criação de uma versão rejuvenescida e otimizada do seu próprio corpo. O novo filme de Coralie Fargeat, que ganhou o Melhor Argumento no festival de Cannes, é um thriller surreal e, enquanto pode, excitante