“O meu pai era o contrário” do que o filme mostra. “Era a alegria de viver, toda a gente que o conheceu sabe que era uma pessoa sorridente e sempre bem disposta. Não o revejo naquele homem hesitante, triste, a fumar cigarros sobre cigarros… ele nunca fumou”, afirma Isabel Soares, a propósito do filme “Soares é Fixe”.
À volta de uma mesa redonda no seu gabinete de diretora do Colégio Moderno – tendo aceitado o desafio do Expresso para uma conversa com o irmão, João Soares, e Sérgio Graciano, realizador da longa-metragem que se estreia dia 22 de fevereiro –, a filha mais nova do antigo Presidente Mário Soares prossegue: “Já tinha dito ao Sérgio Graciano que não revejo o meu pai neste filme. Disse-o quando acabei de ver o filme [na antestreia] no Centro Cultural de Belém. O João e eu lembramo-nos que nas horas mais adversas e mais duras, mesmo quando o íamos visitar à cadeia e tudo parecia uma tragédia, ele tinha sempre um sorriso luminoso. Era ele que nos dava ânimo e nos enchia de otimismo. Não revejo o meu pai na figura de um homem acabrunhado, hesitante e triste”.