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Cinema: Em “Asteroid City”, Wes Anderson volta a colocar-se do lado das personagens

Wes Anderson regressa aos cinemas com uma comédia dramática protagonizada por Jason Schwartzman, Scarlett Johanson e Tom Hanks. O crítico Vasco Baptista Marques dá-lhe três estrelas

Como todos os outros filmes de Wes Anderson, “Asteroid City” assenta no efeito de contraste que cria entre o cheio e o vazio. Ou seja: entre a aparatosa saturação dos planos (ancorados a décors quase cartoonescos que acolhem um sem-número de detalhes cénicos) e a anemia das figuras que os habitam. Mais ou menos blasées, essas figuras tiveram dificuldade em respirar nos últimos filmes do cineasta, asfixia­das que ficaram por um barroquismo narrativo e visual que só conseguia olhar para si mesmo. Mostrando-se embora tão estilizado como eles, “Asteroid City” volta a pôr o artificialismo ao serviço das personagens, usando-o como uma espécie de ‘camuflagem paradoxal’ (porque deliberadamente inoperante) que chama sobretudo a atenção para o extremo desnorte dos corpos que o atravessam.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.