Tudo se passa num pequeno hotel balnear no norte do país, gerido e laborado por uma família de mulheres, com uma cozinheira/governanta para tarefas estruturantes. Os homens ou foram-se embora, ou morreram, ou ambas as coisas. Em qualquer caso, estão banidos daquela existência, salvo uma breve urgência de luxúria, saciável numa casa de banho, amplexo de passagem. Em “Mal Viver” tudo se passa numa caverna, num espaço concentracionário onde os esparsos hóspedes são vultos em trânsito. Também terão as suas vidas, os seus choques, as suas feridas, estarão no outro filme “Viver Mal” onde serão figurantes as mulheres do grupo do hotel. E só com os dois painéis saberemos tudo, em todo o lado, ao mesmo tempo. Enfim, quase tudo, porque as almas não se desnudam assim, do pé para a mão. Dão-nos vislumbres, nada mau.