Exclusivo

Cinema

“Boa Sorte, Leo Grande”: (quase) tudo acontece num quarto de hotel, entre uma professora reformada e um gigolo

Sophie Hyde apresenta uma comédia dramática, com Emma Thompson, Daryl McCormack e Isabella Laughland nos principais papéis. O crítico Jorge Leitão Ramos dá-lhe quatro estrelas

Ela já passou o cabo dos 60. Professora, retirada das salas de aula onde ensinou Moral, viúva, agora a morar sozinha, filhos andando vida fora, deu por si a pensar que só dormiu com um homem na vida, nunca teve uma aventura, nem fez, no sexo, a maior parte das coisas disponíveis nos cambiantes da concupiscência humana. Nunca teve um orgasmo — e, deveras, já nem a fantasia de o vir a ter.

Hoje, nesta tarde de um quarto de hotel onde entra meio a medo, meio confusa, ela sabe que há um homem, jovem, para chegar. Contratou-o, na oferta ao dispor na internet, horas reservadas, salário assumido e pago. Um gigolo.

Mas será que ela quer mesmo aquele encontro, aquela probabilidade, aquele conforto? É assim o arranque de “Boa Sorte, Leo Grande”, a decorrer quase por inteiro no espaço de um quarto de hotel, com uma estrutura similável à de uma peça de teatro para dois atores, em três atos e um epílogo.