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Cinema

Festival de Veneza: “Blonde” é uma bomba que não explode

O Expresso está em Veneza a acompanhar a Mostra Internazionale d'Arte Cinematografica della Biennale di Venezia. Diariamente, o crítico Jorge Leitão Ramos destaca os principais momentos do festival

Ana de Armas capricha no ‘boneco’, falha na alma de Marilyn, em “Blonde”

Era um dos títulos mais aguardados da competição de Veneza. Se bem que a sua localização na fase descendente do programa - penúltimo dia - não augurasse fulgores, não era de esperar tanta palidez. Baseado no livro homónimo de Joyce Carol Oates, um romance biográfico sobre Norma Jean Baker, Marilyn Monroe na vida pública, “Blonde” é uma tentativa de Andrew Dominik penetrar o mito de um dos maiores ícones americano do século XX. Penetrar o mito e tocar na pessoa, nas suas inseguranças, paranóias, fragilidades.

No centro do drama, a fixação no pai ignorado, a busca de uma vida. No caminho, alguns dos maridos (DiMaggio, Arthur Miller) e amantes (Edward G. Robinson Jr., o presidente Kennedy), os principais filmes e uma progressiva devastação interior que o filme atribui à cisão entre a verdade de Norma Jean e a máscara de Marilyn.