100 anos da Sociedade Portuguesa de Autores: o futuro não pode ser artificial
A Sociedade Portuguesa de Autores representa hoje 27 mil pessoas. O centenário lembra que aos problemas do passado se somam os de um futuro que desafia a própria noção de autoria
Os fundadores da SPA: à frente é possível identificar o militar e historiador Henrique Lopes Mendonça (sentado ao centro da mesa) e o escritor Félix Bermudes (de laço, ao lado de Mendonça); na fila do meio, o dramaturgo Mário Duarte (no centro da foto, atrás de Bermudes); na última fila, atrás de Duarte, o compositor Alves Coelho (de bigode)
Manuel Mata da Nazaré nasceu em 1925, na Ericeira. No mesmo ano que, em Lisboa, no nº 13 da Praça dos Restauradores, era fundada a SECTP (Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses). Após esse ato inaugural, que nomearia o escritor Júlio Dantas como presidente, a cooperativa anónima de responsabilidade limitada mudaria várias vezes de morada, assumindo, em 1970, a denominação de SPA, com que hoje a conhecemos. Quando cumpriu o meio século de existência, ocupava já o nº 31 da Rua Duque de Loulé. E foi a esse edifício que Manuel da Mata Nazaré se dirigiu em 1994 para se tornar sócio, desconhecendo que viria a ser o autor mais idoso da SPA, partilhando com esta a celebração do seu centenário.