Tinha os traços angulares e a cara lisa e branca, a pele não queimada pelo sol dos povos do inverno. Os maxilares salientes e tensos, o cabelo loiro solto sobre os ombros e uns óculos escuros italianos que lhe escondiam metade da cara. A amiga era menos óbvia, uma personagem secundária e silenciosa. A loira dissertava em monólogo e ouvia-se na mesa ao lado a raspa gutural das consoantes russas. A língua tem 33 letras, das quais 21 são consoantes e o resto vogais, divididas em “macias” e “duras”. Nos filmes americanos em que o vilão é um russo, fala-se inglês com um sotaque inconfundível que, como diz o comediante Trevor Noah, nos põe em sentido. Está identificado o mau da fita e é melhor andarmos dali para fora antes que comecem os tiros e os estalos.
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Sim, sou russa
Os multimilionários russos que desembarcam no Dubai não vão ao café, vivem noutra dimensão, respirando o gélido ar condicionado dos guetos dos ricos do planeta