A Revista do Expresso

Roteiro. O Dia Mundial do Teatro de norte a sul: eis os espetáculos que importam

Este é o fim de semana em que se comemora o palco. O Expresso deixa algumas sugestões do que pode ser visto por estes dias

As comemorações do Dia Mundial do Teatro começam já nesta sexta-feira como é o caso do Teatro Nacional São João, no Porto, onde se inicia uma Feira do Livro de Teatro, na qual será lançada uma antologia de cem textos que representam o projeto editorial deste teatro: “Enciclopédia Mínima”. Será também inaugurada a exposição, “10 Atos 100 Anos”, e apresentado o espectáculo “Floresta de Enganos”, de Gil Vicente, numa encenação de João Pedro Vaz. A entrada não será gratuita nem nos espectáculos, nem nas “Visitas Guiadas” aos bastidores do teatro, uma vez que se pretende angariar receitas para ajudar as vítimas da guerra na Ucrânia, a que este teatro também se abriu ao iniciar um programa destinado a artistas e profissionais ucranianos.

No Café Teatro Campo Alegre, é “Mount Average” que sobe a palco, neste sábado, dia 26. Uma “viagem performativa” de Julian Hetzel aos nossos direitos adquiridos, tradições, privilégios e riquezas.

Também no Porto, a Seiva Trupe irá estrear no dia 27 de Março “Três Mulheres em Torno de um Piano”, na sua nova casa, a Sala Estúdio Perpétuo, na Rua Costa Cabral, 128, depois de uma “itinerância” forçada de nove anos.

Em Guimarães, sobe ao palco a encenação de Nuno M. Cardoso de “Orgia” de Pier Paolo Pasolini, com interpretação de Albano Jerónimo e Beatriz Batarda.

Em Coimbra, o Teatro Académico Gil Vicente inicia a celebração às 15h30, com o lançamento de um livro com textos para teatro de Elmano Sancho: “I Can’t Breath/Damas da Noite/A Última Estação”. No palco, o ator e dramaturgo apresentará pelas 19h “Damas da Noite”, pelas 19h. O Teatrão avança com “O que é Invisível”, espectáculo em forma de percurso para dez intérpretes, desenvolvido no âmbito de um programa de prática teatral com pessoas cegas ou de baixa visão.

No concelho de Vila Franca de Xira, no Teatro-Estúdio Ildefonso Valeiro estreia-se “Sr. Kolpert”, do alemão David Gieselmann. “Uma comédia diabólica” que terá como ponto de partida o filme “The Rope” de Alfred Hitchcock, encenada por Toni Cafiero.

A programação é vasta e variada, sendo que a entrada ou é gratuita ou tem um valor simbólico, que reverte nalguns casos para a ajuda humanitária à Ucrânia. Nalguns casos já foi cancelada por alguns dos participantes terem testado Covid, pelo que é sempre necessário confirmar junto das instituições se os espectáculos e visitas se irão realizar.

Em Lisboa, no sábado, dia 26, e no Teatro Nacional D. Maria II, António Fonseca volta a dizer integralmente "Os Lusíadas", de Luís de Camões. A “falação” irá decorrer na sala Garrett. Começa às 10h da manhã e termina às 22h30, com pausas programadas para almoço e jantar. Em formato online, o teatro relembra ainda o passado, apresentando, disponibilizando em vídeo um registo do espetáculo “Praça dos Heróis”, de Thomas Bernhard, numa encenação de David Pereira Bastos.

No Teatro da Trindade, continua a comédia “O Amor é Tão Simples”, de Noël Coward, numa encenação de Diogo Infante.

No Teatro São Luiz, também em Lisboa, continuam os Artistas Unidos, com a última peça que Jorge Silva Melo, recentemente desaparecido, escolheu para levar a palco: “Vida de Artistas”, do mesmo Coward que Diogo Infante apresenta no Trindade. O palco municipal promove ainda uma visita a dois teatros, em duas colinas, o Teatro Romano de Lisboa e o próprio São Luiz, tendo como cicerones Lídia Fernandes, diretora do primeiro, e Aida Tavares do segundo. O ponto de encontro será no Teatro Romano, às 11 horas.

Na Culturgest, ainda em Lisboa, é Marco Martins que celebra o teatro, com “Selvagem”, uma co-produção que se inteira das rituais rurais de assinalar o solstício e o equinócio, transformando-as.

Em Cascais, no Teatro Experimental, dirigido por Carlos Avilez, é Natália Correia que é representada, num monólogo com Marco d’Almeida: “Charlote - Eu Sou a Minha Própria Mulher”.

Em Almada, e na sala experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite, está uma história sobre os invisíveis da nossa sociedade, aqueles que acordam antes dos outros, e limpam os restos dos que vivem de dia: “Além da Dor”, de Alexander Zeldin, encenado pelo diretor do teatro. Almada recebe também na sua sala principal, neste sábado, uma encenação de Miguel Seabra, do Teatro Meridional, “Ilhas”.

Em Faro, e no Teatro Lethes a proposta passa por uma cooprodução entre a companhia de Teatro de Braga e a Companhia de Teatro do Algarve: À Deriva, é uma versão livre de Alexandre Honrado a partir de um texto da autoria de Athol Fugard, e reporta a um caso verídico ocorrido durante o regime do apartheid na África do Sul.