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Sondagem Aximage: portugueses “chumbam” IRS jovem e defendem ensino superior gratuito, travão nas rendas e nova taxa para a banca

O desacordo entre os inquiridos e o Governo é notória com a preferência por medidas como a gratuidade do ensino superior ou de uma nova taxa sobre os lucros extraordinários da banca

TIAGO PETINGA

A redução do IRS jovem e a devolução de propinas por cada ano de trabalho são medidas que não convencem os portugueses, que prefeririam a gratuidade do ensino universitário. Na habitação, defendem o estabelecimento de um teto máximo para as rendas e uma nova taxa sobre os lucros extraordinários dos bancos. Estas são as principais conclusões de uma sondagem realizada pela Aximage para o "Jornal de Notícias", “Diário de Notícias” e TSF.

Travar a emigração de jovens qualificados será impossível através da redução do IRS para 71% dos inquiridos, com apenas 23% a responder afirmativamente. O “não” foi expressivo em todas as zonas do país, em homens e mulheres de todos os grupos etários e classes. Aqueles que votaram PSD nas legislativas de 2022 rejeitaram esta medida quase totalmente, com 80%, mas nos votantes do PS a posição também é maioritária (57%).

Pouco menos de metade dos inquiridos (45%) aponta o ensino superior gratuito como melhor solução, com apenas 16% a concordar com a estratégia seguida pelo Governo. 34% também apontaram a redução do valor atual, que se situa nos 697 euros anuais, como possível mecanismo. Uma opinião expressada de forma igual sobre os votantes do PS e PSD, assim como em todas as regiões.

Com a subida acentuada das rendas, 68% dos inquiridos manifestaram-se a favor da fixação de um teto máximo . Uma solução mais expressiva na região Norte, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa. Já, em relação aos lucros bancários, 79% dos inquiridos concorda em aplicar uma taxa extraordinária e 90% considera que o Governo e o Banco de Portugal deveriam agir mais ativamente para minimizar a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e pagos nos depósitos.

A sondagem da Aximage baseia-se em 804 entrevistas, das quais 696 entrevistas online e 108 entrevistas telefónicas. O trabalho de campo decorreu entre 14 e 18 de setembro de 2023 e o erro máximo é de cerca de 3,5%.

Texto de Eunice Parreira editado por João Pedro Barros