A resolução do BES foi em 2014, mas ainda há quem procure os responsáveis pela situação financeira a que o banco liderado por Ricardo Salgado chegou. Segundo o “Jornal de Negócios” esta terça-feira, a comissão liquidatária do BES concluiu que 15 ex-gestores do banco praticaram atos lesivos para os credores. Agora, está a exigir-lhes cerca de 14 milhões de euros. Este montante, em todo o caso, deverá aumentar em breve, já que Ricardo Salgado ainda não foi notificado, nem o valor que lhe é exigido é conhecido.
A intenção dos liquidatários de aplicar esta medida veio a público em outubro do ano passado, depois de a comissão liquidatária do BES ter pedido ao Novo Banco para ter acesso aos extratos de várias contas bancárias nos dois anos anteriores ao colapso do BES.
Os responsáveis pela liquidação do banco - César Brito, Miguel Alçada e Joana Martins -, procuraram avaliar se, durante o período de 3 de agosto de 2012 a 3 de agosto de 2014, as pessoas em causa “procederam a atos de dissipação ou ocultação do seu património ou se, de outro modo, praticaram atos que possam ter diminuído, frustrado, dificultado, posto em perigo ou retardado a satisfação dos credores do BES”.
Recebidos e analisados os extratos enviados pelo Novo Banco, a comissão liquidatária concluiu que 15 antigos administradores terão mesmo cometido atos lesivos. Amílcar Morais Pires, José Maria Ricciardi, Joaquim Goes, António Souto, João Freixa, Jorge Martins, José Manuel Espírito Santo, Pedro Mosqueira do Amaral, Ricardo Abecassis, Rui Silveira, João Faria Rodrigues e Stanislas Ribes são os 12 gestores que já foram notificados da resolução em benefício da massa insolvente.
Os liquidatários avançaram com requerimentos para que também Ricardo Salgado, Manuel Fernando Espírito Santo Silva e Pedro Matos Silva sejam alvo desta resolução, mas nenhum dos três foi ainda notificado.
De acordo com o matutino, todos os administradores notificados já impugnaram a medida.