O Governo de António Costa terá “desaconselhado o uso de telemóveis, computadores” e qualquer dispositivo informático “oferecidos por empresas a funcionários da administração do Estado”, revela o “Público” esta quinta-feira.
A medida já havia sido tomada antes da vinda, no final de fevereiro, de uma comitiva norte-americana destinada a sensibilizar as autoridades portuguesas e outras entidades para os riscos de segurança inerentes ao 5G e, sobretudo, quanto a fabricantes originários de regimes sem as mesmas regras democráticas que países como os EUA e Portugal.
A China, e em particular fabricantes de telemóveis e tecnologia de telecomunicações como a Huawei, têm sido alvo de uma campanha norte-americana que, num périplo pelo mundo, tem vindo a alertar os seus parceiros para os problemas de segurança, nomeadamente no que diz respeito a matérias de Estado, que podem existir.
Seja como for, têm sido vários os analistas a chamar a atenção para o facto de que, na agenda dos EUA, possa estar não só a efetiva preocupação com a segurança, mas também a 'sombra' que a Huawei tem feito aos gigantes norte-americanos das telecomunicações, caso da Apple.
Na vinda a Portugal da autoridade federal de comunicações dos EUA, a FCC, houve encontros com representantes do Governo, responsáveis de empresas e também com o regulador das comunicações em Portugal, a Anacom.
Vários países europeus, caso do Reino Unido ou de França, e noutros continentes, como na Índia ou Austrália, os chineses da Huawei e da ZTE foram já vetados para as redes 5G, nomeadamente devido à forte pressão vinda dos EUA.
O jornal “Público” escreve esta quinta-feira que a recomendação do Governo português, anterior a esta visita, teve por base o receio de que os dispositivos eletrónicos fossem usados como meios de espionagem industrial e política, ainda que não tenha sido detetado nenhum problema concreto por ora. Não terão sido especificadas marcas.