Revista de imprensa

Passe único: Governo espera aumento de 10% de procura

No primeiro ano do Programa de Apoio à Redução Tarifária, haverá 104 milhões de euros para que as áreas metropolitanas e as comunidades intermunicipais possam baixar o preço dos transportes públicos

João Carlos Santos

A 1 de abril de 2019 arranca o Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), em que o Estado, através do Fundo Ambiental, vai financiar a redução do custo dos passes intermodais nas áreas metropolitanas e nas comunidades intermunicipais. Segundo o “Dinheiro Vivo” esta segunda-feira, o Governo antecipa um aumento da procura de 10% dos transportes públicos.

“Com o programa PART, estimamos um aumento da procura de cerca de 10% no próximo ano. É um projeto fundamental para que se concretize a mobilidade, um dos pilares cada vez mais relevantes do Estado social”, disse o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Matos Fernandes, em declarações ao matutino.

O PART poderá, porém, trazer novos problemas. Há empresas que temem que a oferta de transporte seja insuficiente na hora de ponta dentro das cidades de Lisboa e do Porto. “Admitimos que, face à redução significativa do preço dos títulos de transporte, vai haver um aumento da procura. Tendo em conta que este aumento se pode registar mais nas horas de ponta, pode haver situações em que a capacidade de resposta dos operadores fique aquém das necessidades. Isto pode ocorrer sobretudo nas áreas metropolitanas”, disse Luís Cabaço Martins, presidente da ANTROP, ao “Dinheiro Vivo”.

No primeiro ano do PART, haverá 104 milhões de euros para que as áreas metropolitanas e as comunidades intermunicipais possam baixar o preço dos transportes públicos.

Do montante que o Governo pretende atribuir para reduzir os passes, pelo menos 60% da verba tem de ser usada para a redução do tarifário; os restantes 40% destinam-se, por exemplo, a melhorar a oferta da rede, paragens dos autocarros ou mesmo a criar aplicações móveis para os utentes.