No primeiro ato da campanha de André Ventura, a boca de cena do Cineteatro de Serpa abriu-se para ver surgir um esqueleto atrás do candidato presidencial. Numa quinzena repleta de casos e uma ou outra encenação, o candidato viu-se obrigado a gerir danos todos os dias. Em Lagoa, por exemplo, enviou recados para “antigos militantes” que apelavam ao voto em “Tino de Rans”. “Se necessário, recorreremos à Justiça”, ameaçou.
Ainda na primeira semana o candidato distribuiu insultos em Portalegre por vários adversários políticos: “o avô bêbado” Jerónimo de Sousa, “a contrabandista” Ana Gomes, “o operário beto de Cascais” João Ferreira e “a espécie de fantasma ou de esqueleto” Marcelo Rebelo de Sousa. Mas foram “os lábios muito vermelhos” de Marisa Matias que marcaram o resto da campanha: o BE iniciou o movimento #vermelhoembelém, que levou vários cidadãos anónimos e personalidades públicas, incluindo Ana Gomes, a pintarem os lábios de vermelho. Ventura haveria de sugerir lábios vermelhos contra a corrupção e um movimento dos lábios pretos em sinal de luto, mas sem grande adesão.