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Presidenciais 2021

“Disseram-me para prestar esta declaração”. A estranha história dos dois ciganos que apareceram a apoiar Ventura

Tinha tudo para ser apenas mais uma inauguração de uma sede de campanha mas, de repente, o candidato presidencial fez-se acompanhar em Bragança por dois ciganos que afirmaram ser seus apoiantes. Ventura tentou acabar com “o estigma que houve desde o início em relação ao Chega e à comunidade cigana”, mas acusou algum desconforto. Fátima e o sobrinho Natanael explicaram como foram ali parar e, no final, a comitiva elogiou-lhes a prestação. “Disseram-me que tinham todo o prazer em que eu os acompanhasse para demonstrar a familiares e à própria etnia que ele não é contra”

Foto: José Fernandes

André Ventura tinha acabado de fazer um curto comício no Auditório Paulo Quintela, em Bragança, onde, como se lê numa das placas à entrada, “funcionou a Presidência da República de 15 a 26 de fevereiro de 1987, sendo Presidente o Dr. Mário Soares”. Em seguida, a comitiva do candidato presidencial e líder do Chega seguiu para a inauguração da sede de campanha localizada na sugestiva Avenida Sá Carneiro. Após os cumprimentos e agradecimentos habituais à estrutura distrital, os jornalistas foram convidados a aguardar uns minutos, sem ser explicado por quem nem por que razão.

Fátima Gomes e o sobrinho Natanael André chegaram pouco depois de carro, entraram na recém-inaugurada sede e cumprimentaram Ventura. “Não tinha previsto fazer hoje mais nenhuma declaração mas é especialmente importante para mim”, disse o candidato que faz do ataque aos ciganos um dos seus eixos de comunicação. “Temos apoiantes, nomeadamente de etnia cigana, como os que estão aqui ao meu lado e que eu gostava de apresentar como exemplos de que são apoiantes do partido, estão perto das estruturas do partido aqui e de que percebem a mensagem de que a questão não é pertencer ou não a uma determinada etnia”, acrescentou.