“Ah, gatarrão!”, gritou um apoiante do Chega à chegada de André Ventura a Faro. O epíteto ficou colado ao candidato presidencial desde o frente-a-frente da semana passada com Ana Gomes. “Se os outros ignoram o Algarve, eu não ignorarei o Algarve nem os algarvios”, prometeu o líder do partido. Perante cerca de 70 apoiantes, Ventura atacou esta segunda-feira, de uma penada, o Presidente da República, o primeiro-ministro e os deputados: “Enquanto outros ficavam confinados em Belém, em São Bento ou no Parlamento, nós nunca deixámos de sair à rua”.
Após “uma revolução que fracassou em Portugal”, o candidato clamou por “uma nova revolução, a revolução do voto, da democracia, de verdadeiramente dar a voz àqueles que são o cerne deste país e não à minoria que vive à conta da maioria que trabalha”. Nada de muito diferente do que tem dito e repetido desde que fundou o partido. Mas Ventura vai progressivamente elevando a fasquia e agora quer conquistar mais votos do que as candidaturas de esquerda juntas. Em duas ideias, “esmagar a esquerda e provocar uma segunda volta”. E novamente o apelo à “revolução da maioria de bem contra a minoria que explora o Estado e os nossos impostos”.