Depois de quatro meses a aceitar contributos, ninguém apresentou propostas de alternativas à da direção, liderada por Luís Montenegro, para revisão estatutária, que vai a votos no próximo Congresso. Nem opositores da atual linha dirigente, nem quem em ocasiões anteriores mostrou vontade de mexer nos estatutos. Além de contributos, e não projetos formais de revisão, só silêncio. E, assim, haverá uma única proposta para ser discutida e votada daqui a um mês (25 de novembro) no Congresso, marcado para Almada.
Para uns, na direção, é um sinal evidente de “coesão e unidade” no partido, algo que Luís Montenegro tem tentado promover desde que assumiu a liderança há pouco mais de um ano. Para outros, é um indício potencialmente perigoso. “Quanto mais calado se está, pior é”, avisa um ex-dirigente do partido. “Ninguém deu um passo porque ninguém está ativamente contra, está tudo à espera” de como se vai portar Montenegro nas urnas, comenta com o Expresso a mesma fonte, que acrescenta: quando a oposição é audível, “pelo menos sabemos quem são”. Assim, é evidente que Montenegro respira até às europeias: mas se lá tiver uma derrota, seja ela maior, menor, enorme ou “poucochinha”, fica sem margem de manobra.