Partidos

Nuno Melo junta Portas e Monteiro num "sinal de esperança"

Antigos adversários político juntaram-se num almoço no Instituo Amaro da Costa com o atual líder do partido

Isabel Santiago/CDS

Um “sinal de esperança” nos “momentos difíceis” que o CDS vive - é assim que o atual presidente do CDS, Nuno Melo, fala do encontro entre dois dos seus antecessores; Miguel Monteiro e Paulo Portas, antigos companheiros de partido depois tornados rivais e que estiveram anos de relações cortadas. O encontro aconteceu no IDL-Instituto Amaro da Costa, hoje presidido por Monteiro e onde Portas foi dar uma palestra sobre globalização.

As pessoas distinguem-se nos momentos difíceis Num partido de quadros o sinal de esperança em relação ao futuro do CDS não podia ser mais expressivo”, escreveu Nuno Melo no Twitter, onde publicou as fotografias do almoço-conferência. Melo, recorde-se, já tinha conseguido que os dois ex-líderes fossem ao congresso que o elegeu, ainda que não se tenham cruzado.

O almoço, assim como a intervenção de Paulo Portas, foram fechados à comunicação social. “Este almoço procura ir ao encontro do testemunho de Amaro da Costa – que criou este Instituto em ’75 para juntar pessoas da área da democracia-cristã - e, de forma clara e objetiva, dar seguimento à iniciativa do presidente Nuno Melo, que me pôs novamente a conversar com o dr. Paulo Portas”, explicou Monteiro em declarações à Lusa.

Questionado se já fez as pazes com Paulo Portas – que lhe sucedeu na liderança do CDS-PP, depois da rutura entre ambos, após terem feito um percurso conjunto no partido -, Monteiro respondeu que “o caminho faz-se caminhando”. “O que está para trás está para trás, o futuro constrói-se olhando em frente e não para trás, cada um tem um passado que não nega, cada um de nós tem uma ligação profundíssima ao CDS-PP, o que nos interessa agora é o futuro (…) Se não fosse assim não estávamos aqui”, assegurou.

Monteiro, que presidiu ao CDS-PP entre 1992 e 1998 e saiu em 2003 para fundar a Nova Democracia (tendo voltado ao partido em 2020 pela mão do anterior líder Francisco Rodrigues dos Santos), elogiou o papel de Nuno Melo ao procurar juntar pessoas que, “por um motivo ou por outro, estiveram de costas voltadas”.

Aos jornalistas só foi permitido captar imagens da sala ainda vazia, mas foi possível verificar que Manuel Monteiro e Paulo Portas tinham lugares marcados lado a lado, numa mesa estreita para seis pessoas, uma delas o presidente Nuno Melo. “Não temos doenças, graças a Deus, nada se pega, o que se possa pegar é bom”, ironizou Monteiro, questionado sobre a proximidade com Portas.