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Caso das gémeas: situação do consulado de São Paulo era “anómala" e "não foi diligente" no caso das crianças

Na Comissão de Inquérito, Berta Nunes disse ter conhecido Nuno Rebelo de Sousa em funções, mas afirmou nunca ter falado com o filho do Presidente sobre o caso de Lorena e Maitê. Confirmou que recebeu um ofício da Presidência no seu gabinete, mas diz que “circulação de informação” era normal para acompanhar situações de portugueses no estrangeiro

ANTÓNIO COTRIM

A ex-Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas admite que a situação no consulado de São Paulo (onde o processo de obtenção de nacionalidade das gémeas Lorena e Maitê) era “anómala”. Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Berta Nunes confirmou as notícias que davam conta das dificuldades que existiam na obtenção de vagas nos consulados do Brasil, devido ao açambarcamento destas por empresas privadas que depois as punham à venda. Neste contexto, a situação em São Paulo era ainda assim “anómala”, mas nada que implicasse com o caso que a levou a esta comissão de inquérito, garantiu.

Contudo, Berta Nunes considera que o processo de obtenção da nacionalidade das gémeas luso-brasileiras Lorena e Maitê “decorreu de forma normal e transparente”, considerando até que este não foi “célere, pelo contrário”. “Até me parece que o consulado não foi muito diligente”, afirmou. “Não há nada que justifique um tempo de espera de cinco meses.”