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Costa e o caso Galamba: “É necessário preservar as instituições e ter o mínimo de sentido de Estado”

“É fundamental preservar as instituições”, diz Costa antes de afastar qualquer falta de respeito ao PSD. "Respondi exatamente pela mesma via em que recebi as perguntas, recebi pela comunicação social e respondi pela mesma via. Dizem-me até, mas não quero acreditar, que o PSD nem sequer tinha formalizado as perguntas na AR”, disse o primeiro-ministro

António Costa
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“Desde o dia 1 de maio à noite, precisamente à RTP, prestei declarações onde deixei muito claro que ninguém acionou o SIS, ninguém deu instruções ao SIS, ninguém deu orientações ao SIS”, reafirmou hoje António Costa, em Chisinau, na Moldova, onde participou na cimeira da Comunidade Política Europeia.

“Já toda a gente sabe a história: a chefe de gabinete do senhor ministro das infraestruturas comunicou ao SIS, como lhe competia, ter havido uma quebra de segurança quanto a documentos classificados e o SIS agiu em conformidade”, disse o primeiro-ministro, voltando ainda a garantir que António Mendonça Mendes, seu secretário de Estado Adjunto, não teve “nenhum” papel no processo. “Não percebo porque querem fazer mistério de coisas que não têm mistério. Como o ministro das Infraestruturas disse e a própria chefe de gabinete do ministro confirmou, foi da sua própria iniciativa que telefonou ao SIS, não foi resultado de sugestão do secretário de Estado Adjunto do PM, isto é claríssimo. Já toda a gente disse o mesmo”, insistiu, concluindo que Eugénia Correia fez “exatamente o que devia fazer”.

Dizendo-se espantado com a forma como em Portugal agora se desvaloriza a quebra de segurança quanto a documentos classificados”, Costa lembrou os casos recentes de ex-presidente norte-americano Donald Trump e do atual, Joe Biden, investigados por terem documentos classificados “numa casa de férias ou de fim de semana”. “Gostava de saber o que a oposição diria se eu perdesse um documento classificado o houvesse um quebra de segurança de um documento classificado meu e não o comunicasse às autoridades”, disse.

Em conclusão, Costa voltou a apelar ao virar da página. “Talvez seja altura de pararem todos um bocadinho para pensar e refletir um pouco no que andam a dizer porque é fundamental preservar as instituições”, disse antes de afastar qualquer falta de respeito ao PSD, a quem hoje respondeu por escrito. “Falta de respeito era não ter respondido às perguntas. Respondi exatamente pela mesma via em que recebi as perguntas, recebi pela comunicação social e respondi pela mesma via. Dizem-me até, mas não quero acreditar, que o PSD nem sequer tinha formalizado as perguntas na AR”.