O clima é de crise política permanente, mas António Costa está apostado em pôr-se num patamar acima do “frenesim do populismo”. A tarefa é hercúlea e o período previsto como mais difícil é o dos meses que faltam até ao verão — altura em que termina a comissão de inquérito à TAP e em que os sinais positivos da economia deverão chegar ao bolso dos portugueses: no terceiro e quarto trimestres, as taxas de juros e a inflação começam a estabilizar e os apoios do Estado entram em força para funcionários públicos e reformados.
A partir daí, serão três anos até às legislativas. Se Marcelo Rebelo de Sousa não dissolver a Assembleia, como não fez na melhor oportunidade que teve até agora, Costa acredita que poderá governar até ao fim, com os ministros que tem, mesmo que seja em clima de campanha eleitoral permanente. “Com 0,4% de défice é muito fácil andar em campanha”, diz fonte do núcleo duro do Executivo. Se é campanha que querem, campanha terão.