O candidato presidencial Marques Mendes disse hoje que tem "muito orgulho" em ser "candidato do sistema"que defende "mais ética na vida política, mais estabilidade para o país e de caminho, defesa da liberdade e da democracia".
"Ser candidato ou não ser o candidato do sistema, depende do que é o sistema. Se o sistema é defender a ética na vida política, então eu sou um candidato do sistema com todo o gosto, porque acho que isso é bom para o país", disse hoje Marques Mendes aos jornalistas, na ilha Terceira, nos Açores, no final de uma visita à Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo.
O antigo ministro social-democrata e presidente do PSDprosseguiu afirmando: "E fiz por isso, porque, há 20 anos, para defender a ética, 'corri' com alguns presidentes de câmaras do meu partido que tinham problemas sérios com a justiça".
"Ora, se isso é ser do sistema, defendendo a ética, sou do sistema, e acho que esse sistema é bom para o país. Se ser do sistema é ter uma preocupação constante com a estabilidade, como eu tenho, o país precisa de ser estável, ser sólido, sustentável, então eu sou do sistema, porque acho que é bom para o país haver estabilidade", acrescentou, quando questionado sobre referências que lhe são feitas nesse sentido.
O candidato presidencial disse que ninguém o ofende a dizer que é "candidato do sistema": "Tenho muito orgulho de ser do sistema que defende mais ética na vida política, mais estabilidade para o país e de caminho, defesa da liberdade e da democracia".
Admitiu ainda que, neste momento, a questão das eleições presidenciais possa estar "um pouco confusa" aos olhos das pessoas, pelo facto de o país estar a viver uma pré-campanha presidencial e uma campanha autárquica, mas tudo "vai começar a clarificar-se a partir do dia 12 de outubro".
Para o esclarecimento do eleitorado, na sua opinião, terão importância os debates televisivos e políticos, que ocorrerão"em novembro e dezembro".
"Portanto, falta ainda muito tempo, tudo ficará mais claro a partir do fim das eleições autárquicas e eu julgo que ainda há muito tempo para esclarecimentos", vaticinou.
Questionado sobre se ainda poderá surgir mais algum candidato presidencial, Marques Mendes disse que tal possibilidade não se colocará: "Pode surgir um candidato residual, agora um candidato com relevância política eleitoral, julgo que o sistema está estabilizado".
O antigo ministro dos governos de Cavaco Silva e Durão Barroso, que falava aos jornalistas na ilha Terceira, nos Açores, defendeu que o Presidente da República "tem que acompanhar muito de perto, tal como acompanha várias outras questões, tal como reúne com o primeiro-ministro todas as semanas, também deve cuidar de uma maior articulação entre poder central e poder regional".
Na sua opinião, deve ser encontrada uma forma, ainda que informal, desde que os presidentes dos Governos Regionais (Açores e Madeira) concordem, para que, "entre Presidente da República e presidentes dos Governos Regionais haja um diálogo constante, permanente, de forma periódica, para obter mais informação, mais conhecimento, e para que o próprio Presidente possa exercer a sua magistratura de influência junto dos governos da República para que as coisas não fiquem na gaveta".
Marques Mendes visitou hoje a Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, onde disse que as instituições sociais são para si "família" e admitiu que aquela instituição, tem várias ofertas de caráter social, mas de uma forma "financeiramente sustentável".