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Legislativas 2024

Viragem à direita em Beja: PCP aponta à comunicação social e "grupos económicos", Chega sublinha "imigração descontrolada"

O distrito raramente teve deputados eleitos por partidos à direita e, de uma vez só, passou para apenas um deputado de esquerda (do PS) e dois de direita. Os comunistas não escondem a desilusão, mas prometem continuar na luta; já o Chega diz que o resultado é “esperado”, dados os problemas na acessibilidade e na imigração em Beja

TIAGO MIRANDA

O Alentejo virou plenamente para a direita, com a maioria dos deputados eleitos pelos distritos de Portalegre, Évora e Beja a pertencerem agora a partidos à direita do Partido Socialista (PS): no caso, o PSD e o Chega, que elegeu em todos os distritos do continente, à exceção de Bragança. A Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta Partido Comunista Português (PCP) e Partido Ecológico “Os Verdes” (PEV), segue no caminho inverso. Depois de perder a sua representação parlamentar em Évora nas últimas legislativas, perde agora o seu deputado por Beja, João Dias.

“É uma pena, não há outra forma de o dizer. É um retrocesso nas nossas condições de força e de luta para continuar a desenvolver o Alentejo, mas não nos desanima, nem nos faz desistir de nada”, garante Ângelo Alves, membro da comissão política do comité central do PCP e responsável pela organização do Alentejo.

Em entrevista ao Expresso, o dirigente distrital do PCP adverte, contudo, que todos têm “responsabilidade social e responsabilidade política” pelo crescimento do partido liderado por André Ventura, “incluindo a comunicação social”.