As soluções de Governo têm dominado a campanha eleitoral e foram assunto assíduo nos debates entre dirigentes partidários. É natural, dir-se-á. Os estudos de opinião mostram que é difícil alguma candidatura chegar à maioria absoluta e as dúvidas sobre a inclusão ou não da extrema-direita na equação do poder trazem um dado inédito às contas de cabeça.
Será primeiro-ministro quem o Presidente da República nomear, ouvidos os partidos com representação parlamentar e tido em conta o resultado das legislativas de domingo. É quase certo que Marcelo Rebelo de Sousa indigite, num primeiro tempo, o chefe da força política mais votada. Tem sido a tradição na nossa democracia, que não se quebrou sequer quando se sabia que o escolhido não teria condições para continuar, como aconteceu com o segundo governo formado por Pedro Passos Coelho em 2015, depois de a coligação de direita Portugal à Frente (PSD-CDS) ter vencido eleições, que, no entanto, deram maioria ao conjunto dos partidos de esquerda, abrindo via à “geringonça”.