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Legislativas 2024

O que dizem os candidatos do Chega? “A insanidade mental da esquerda” e o problema da “desracialização”

Este é o Chega para além de André Ventura. Os futuros deputados do seu partido defendem teorias da conspiração, a falência dos jornais, e assumem que estão mesmo numa “guerra” cultural e “psicológica” com a esquerda. Ao longo da campanha, houve várias intervenções que se podem classificar como racistas

Gabriel Mithá Ribeiro, deputado e cabeça de lista por Leiria, fez um discurso de "guerra" cultural contra a esquerda, na qual o PS é a maior ameaça
José Fernandes

Querem fazer dos simpatizantes do Chega os “loucos”. Quem? A esquerda, enquanto “fenómeno de insanidade mental coletiva”. André Ventura iniciou a reconquista do país a partir de uma fotografia junto ao Castelo de Guimarães. Mas D. Afonso Henriques “nasceu em Viseu”. Não mais se ajoelharão os militantes do partido, “enquanto passa a procissão destes ditadorzinhos do PS e PSD”, e também “não são tiros para o ar” que os intimidam, “nem pedras atiradas ao camião” do partido. No domingo, o Chega vai “lá chegar, e as regras do país vão mudar”. E o que é o globalismo? “É a desracialização… a misce… peço desculpa, a mistura de culturas e raças e há a tal perda de identidade que não podemos perder…” Na verdade, o que a esquerda quer é ”substituir a população" portuguesa por imigrantes. Assim, com o espetro que paira sobre Portugal, na expetativa de o Chega conquistar o poder, “a esquerda já treme!”

Todas estas frases e ideias foram proferidas de um púlpito com o slogan “Limpar Portugal”, por candidatos do Chega, em comícios ao longo da primeira semana de campanha. Muitos já são deputados e outros, adeptos de fake news e teorias da conspiração, serão eleitos. A essência do que foram dizendo ao longo de uma semana de campanha é isto: uma amostra do que poderá ser uma parte do próximo Parlamento, no ano em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril.