Vindo de Roma, de onde saiu mais cedo do encontro dos socialistas europeus, António Costa chegou e mesmo antes de falar recebeu logo uma carta de ida para Bruxelas. Veio de Francisco Assis. “Eu espero, eu desejo, que António Costa seja o próximo presidente do Conselho Europeu. Porque isso é bom para a Europa”. Os receios de que seria uma oportunidade perdida, após a operação judicial que levou à queda do Governo, parecem dissipar-se nas bolhas socialista e europeia.
O desejo de Assis mereceu um aplauso da assistência, que o PS aponta para cerca de 4000 mil pessoas, e de um delas em especial: Pedro Nuno Santos. Aliás, o secretário-geral socialista, agora candidato a sucedê-lo como primeiro-ministro, até antes do comício recusara que Costa fosse um rosto do passado: “É do presente e do futuro”.
Costa foi ao Porto, numa surpresa pouco escondida, para ajudar a galvanizar o PS para a segunda metade da campanha. O socialista sabe que um resultado a 10 de março tem dupla leitura - é também uma avaliação ao seu trabalho - e por isso fez um longo e solto discurso a defender o seu legado. O objetivo: falar diretamente aos indecisos, alguns zangados com a maioria absoluta, que o país pode estar melhor, mas que muito foi feito e que com as nuvens de incerteza que aí vêm, sobretudo internacionais, mais vale votar no que é certo do que no incerto. Pedro Nuno agradeceu e pediu ao eleitorado: “Confiem em mim, não vos vou desiludir”