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Legislativas 2024

Ventura propõe pacto para imigração à direita com discursos em que omite as suas ideias mais controversas

“É matá-lo”, gritou um dos presentes no jantar do Chega, esta terça-feira, em Guimarães, quando André Ventura referiu o caso de um violador que não foi expulso do país. O líder da direita radical falou de imigração, embalado pelo discurso de Passos Coelho no dia anterior, mas deixou de fora os aspetos mais controversos do seu argumentário de caráter xenófobo, para propor um pacto com os outros partidos. Como não teve resposta, voltou ao assunto um dia depois em Viana do Castelo

José Fernandes

Um dia depois de Pedro Passos Coelho ter relacionado imigração com segurança num comício da AD, André Ventura cobriu a parada e regressou a um dos seus temas-bandeira, comum a toda a direita radical, nativista e nacionalista, mas que ainda não tinha dominado nenhum dos seus discursos de campanha eleitoral. Num jantar esta terça-feira, em Guimarães, propôs um pacto para a imigração aos outros partidos de direita. Porém, apesar da linguagem que usou - e de alguma desinformação - manteve-se na estratégia de parecer mais moderado, para não ser acusado de racismo ou xenofobia.

Como foi ignorado pelos adversários, voltou ao tema esta quarta-feira durante um almoço em Viana do Castelo, à espera que os líderes dos outros partidos sejam questionados sobre o assunto: “Ontem, em Guimarães, apelei a um grande consenso em torno da imigração, aos que vêm só à procura de subsídios”, mas registou que criou “um incómodo dos partidos mais próximos” do Chega e “estupefação na sociedade”.