Legislativas 2024

Ataque com tinta a Montenegro: Marcelo diz que a luta climática “é boa”, mas que forma de atuação “já perdeu eficácia”

"É um bom apelo, é um apelo de jovens, agora eu penso que a partir de determinada altura é uma forma de atuação muito pouco eficaz", considerou o Presidente da República

Marcelo Rebelo de Sousa
NUNO VEIGA/LUSA

O Presidente da República considerou hoje que os ataques com tinta já perderam a eficácia, sublinhando que a luta climática "é boa" e que a manifestação é um direito que assiste a todos em democracia.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas durante a visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde, horas antes, o presidente do PSD, Luís Montenegro, foi atingindo com tinta verde por um ativista climático.

"A ideia é uma boa ideia, que é o clima e que todos partilhamos. [...] É um bom apelo, é um apelo de jovens, agora eu penso que a partir de determinada altura é uma forma de atuação muito pouco eficaz", considerou o Presidente da República, ladeado pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a manifestação é um direito que assiste a todos em democracia, mas considerou que esta forma de atuação "francamente, já perdeu eficácia", por ser repetitiva.

Nos últimos meses tem havido várias ações pelo clima, com ataques com tinta a membros do Governo, como o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, ou o ministro das Finanças, Fernando Medina, entre outras iniciativas levadas a cabo por ativistas.

Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram a ação de hoje em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".

O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100% eletricidade renovável e gratuita.

Sobre a campanha: “Cada um dramatiza aquilo que é útil para a obtenção de votos"

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ainda, nas mesmas declarações, que os portugueses estão “esclarecidos” sobre os candidatos e os respetivos programas eleitorais, naquilo que foi uma “oportunidade única” eleitoral devido à sua extensa duração.

Apesar de recusar comentar a campanha eleitoral, admitiu que cada partido “naturalmente dramatiza aquilo que é útil para a obtenção de votos, depois na hora da verdade, os portugueses dirão se valeu a pena”.

Marcelo, que assistiu a quase todos os debates, destaca ainda a importância da cobertura mediática ao longo de quatro meses e meio, que permitiu aos portugueses saber “exatamente o que pensam, o que sentem em relação aos candidatos”. Frisou que, nesse aspeto, mas relevante ainda que os debates são as muitas horas que os canais de televisão têm vindo a dedicar às propostas dos vários quadrantes.

O Presidente irá exercer o voto antecipadamente.