Joaquina Fernandes, 70 anos e a bandeira de Portugal na mão, espera por André Ventura no Arco da Porta Nova, em Braga, para acompanhar o Chega na segunda arruada da campanha. O filho é do partido e está por ali à conversa com dirigentes. Ela acredita que o líder da direita radical pode aumentar a sua pensão para o salário mínimo, como Ventura vai prometer com o seu “sangue”, no fim da acção. “Recebo €149 por mês”, lamenta, mais os €160 que lhe paga a Segurança Social alemã, porque foi emigrante e tem uma pensão por cada filho nascido na Alemanha, onde trabalhou 10 anos - um benefício que Portugal não dá aos imigrantes. O Chega, aliás, quer que os imigrantes só tenham direito a benefícios sociais depois de cinco anos de descontos.
Mais discretos a um canto, três jovens, um deles com uma camisola a dizer “Ciência Política 2023-24”, caloiros daquele curso na Universidade do Minho, observam o ajuntamento. Outro segura uma bandeira do Chega. Não querem dizer os nomes para não serem “julgados” por estarem ali. Assumem-se de direita. “Antes do curso gostava do PSD”, diz o da camisola. Depois começou a apreciar André Ventura: “Comecei a ler e a informar-me e ele não é um perigo para a democracia.” Entretanto, a meio da conversa com o Expresso, começam a recuar na defesa do Chega. Afinal já só estão ali “para estudar” como funciona uma arruada. Vão falar sobre a direita a uma disciplina.