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Legislativas 2024

Mortágua cola Passos à “extrema direita” que “aponta o dedo aos mais frágeis porque quer evitar que olhemos para cima”

Num dia dedicado à precariedade, Mariana Mortágua apontou a mira ao discurso de Passos Coelho sobre imigração. A bloquista revelou que soube da disponibilidade do PS para um acordo escrito no pós-eleições no debate

Mariana Mortágua no jantar-comício de Évora
NUNO VEIGA

Passos Coelho entrou na campanha e deu a Mariana Mortágua o mote para desfiar o seu discurso contra aqueles, como a “extrema-direita”, que apontam "o dedo aos mais frágeis porque quer evitar que olhemos para cima, para quem lucra e quem explora”.

A frase foi dita num jantar-comício nos Bombeiros Voluntários de Évora, o maior alguma vez organizado na região pelo partido, numa mostra de vitalidade num território onde o BE não elege, e depois de ter passado pela greve dos trabalhadores da Teleperformance em Lisboa (bem cronometrada para não se cruzar com a CDU por apenas sete minutos). O dia da líder bloquista estava desenhado para falar dos “tema que interessam às pessoas” a começar pela precariedade laboral e Passos Coelho deu-lhe o mote para carregar nas tintas contra os que exploram os trabalhadores.

“Querem convencer as pessoas que se não há casa, os serviços estão lotados ou se há mais gente na miséria, a culpa é de quem vem para cá trabalhar. É um argumento que não passa no teste. Como pode alguém que é explorado ser culpado de alguma coisa?”, questionou. Mortágua falava horas depois de Passos Coelho, que no comício da AD no Algarve, colou a imigração à insegurança (apesar dos números que provam que esta associação é falsa), Mariana Mortágua falou contra “um extrativismo [na agricultura] que deixa um rasto de destruição ambiental e social” e atacou discursos como o do ex-primeiro ministro.