Primeiro a “falta de ideias” para o país, depois a “falta de quadros”, além dos “problemas de afirmação” interna, e finalmente “as dificuldades” na rua. Luís Montenegro lembrou que é contra todas essas críticas que tem lutado desde que, há um ano e meio, foi eleito presidente do PSD. Referia-se às acusações que vêm da oposição, embora não seja segredo que as dúvidas eram também internas (admitiu mesmo em novembro que não tinha sido “capaz de mostrar” tudo o que dele esperavam no PSD). “Afinal, temos ideias, afinal temos equipa”, disse este domingo à tarde perante uma sala cheia de apoiantes.
“Parece que agora querem dizer”, continuou o líder da AD, em referência indireta a Pedro Nuno Santos, que “ele [o próprio Montenegro] na rua há de ter alguma dificuldade”. “Não!”, responde. “Se há ponto em que estou excecionalmente à vontade, é no contacto com as pessoas.” Mais ainda: “Eu sou um homem de contacto com o povo.”
E povo não faltou a Montenegro este domingo. Embora muitos levassem já uma bandeira da AD (ou do PSD ou do CDS), no comício de encerramento do dia, dezenas de pessoas ficaram à porta de um Teatro Municipal de Vila Real completamente lotado (tem cerca de 500 lugares). Alguns inscritos viram os discursos no átrio da entrada, onde estavam dois ecrãs a transmitir o que se passava no auditório. Lá fora, a chuva caía impiedosa.