“Oh Sr. de Matosinhos
Oh que santo milagreiro
Arranjai-me um moço rico
Mas que seja marinheiro”
“Os pedidos que vos faço
Todos os agradeço
E quando vou para o mar
Que seja bom o teu regresso”
Não foi um marinheiro que apareceu ao Rancho das Sargaceiras e Marítimos de Angeiras. Também não foi um milagre; o conjunto de folclore já sabia quem aí vinha e já estava preparado. Além do reco-reco em forma de peixe nas mãos da Dona Alice, a bandeira do PS já estava na posse da dona Ondina (“mais uma para aqui, minha riqueza”, pedira a um dos jovens que as distribuíam). Ali estavam para cantar a Pedro Nuno Santos, na primeira ação oficial da campanha para as legislativas – ou um concurso de popularidade nas ruas que o próprio iniciou, desafiando Luís Montenegro.
“É na rua que vamos ganhar as eleições”, disse à entrada do mercado de Angeiras, em Matosinhos, antes de visitar a Maria do Alívio Lda. Peixe e Marisco, ou a Banca Jovem. É apertado, para a quantidade de pessoas por ali, entre população, jovens socialistas, jornalistas, mais uma criança (“dá mais cinco ao Pedro”, pediu o pai), tanta é a confusão que até uma das bancas de peixe fica desmontada, momento certo para Pedro Nuno Santos assumir-se como o homem que a arranja.