A chuva forte que caiu toda a tarde não impediu a CDU de encher a sala do Teatro Rivoli, no Porto, para o arranque oficial da campanha eleitoral. “Aos que tentam passar a ideia de que isto está fraquinho, ponham olhos nesta sala, nesta determinação”, apontou Paulo Raimundo assim que subiu ao palco. Durante cerca de trinta minutos, o secretário-geral do PCP atravessou o programa eleitoral do partido e foi deixando críticas ao PS e aos partidos à direita. No entanto, as palavras mais duras foram mesmo para o conteúdo dos debates televisivos e para os “ilustres comentadores” que, quase sempre, concordaram nas avaliações negativas à prestação do estreante comunista. Agora, Paulo Raimundo retaliou com críticas à “diferença abismal” entre os temas escolhidos e os “problemas concretos das pessoas”.
“É abismal a diferença entre os temas de debate e a vida das pessoas. Houve um alinhamento de todos com a agenda da bolha mediática e um brutal afastamento aos problemas dos milhões que cá vivem e trabalham”, defendeu. Nos cerca de 30 debates televisivos “tudo foi questão” menos os “problemas centrais” das pessoas. “Só a CDU não abdicou de colocar em cima da mesa as questões centrais dos salários, do SNS, da escola pública, da habitação, da cultura, das micro, pequenas e médias empresas”. E fez questão de assinalar a razão para isso: “Tanto malabarismo porque a única coisa a apresentar, do lado do PS, é a continuação dos dois anos de maioria absoluta e, à direita, é o caminho de retrocesso aos tempos sombrios da troika. É por isso que fogem do debate central como do diabo da cruz.”