“Perdoem-me, eu também quero mudar algumas coisas”, disse a dada altura Pedro Nuno Santos no seu longo discurso de hora e meia de apresentação do programa do partido. No PS mudou quem manda, mas o novo líder ainda pede licença ao antecessor. O programa eleitoral do PS, apresentado este domingo, serve para Pedro Nuno ficar na continuidade naquilo que correu bem e mudar a agulha da governação de Costa, corrigindo o tiro pela esquerda, no que diz que correu mal. E isso mostra duas coisas: que o programa eleitoral é um difícil equilíbrio entre a continuidade e as mudanças de cunho próprio do novo secretário-geral. Não são ruturas vincadas, apesar de haver propostas mais à esquerda, sobretudo na habitação e um corte com a ideia das finanças todas poderosas. Com Pedro Nuno, será a economia no centro. O programa do PS serve a estratégia de polarização com a “direita inteira” ou “toda junta”, que acena com “a ideia de colapso” no Serviço Nacional de Saúde para o destruir e que tem programas “estratosféricos” em termos de contas públicas que levariam à “austeridade”.
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Pedro Nuno promete apoios na habitação, integra Medina e acena com o fantasma da “direita inteira” que quer um país “dividido e sombrio”
Socialistas apresentam aumento das deduções em IRS com arrendamento, querem dar garantia pública a empréstimos bancários a jovens até aos 40 anos e ficarem com as casas de quem não consegue pagar. Programa do PS abraça legado de Costa, mas faz um corte em setores essenciais. Serve para se distanciar da “direita inteira”, que acena com “a ideia de colapso do SNS” para o destruir. Impostos? São para ir baixando