Num almoço com a Confederação de Comércio e Serviços de Portugal, no Porto, o líder do PSD optou por fazer um discurso assente na importância do crescimento económico. Lembrando os mandatos de Cavaco Silva como primeiro-ministro, Luís Montenegro garantiu que é possível repetir o “projeto de desenvolvimento que já executamos entre 1985 e 1995”.
O objetivo do PSD é alcançar uma taxa de crescimento anual de 3,5% até 2028, para depois Portugal passar a crescer 4% por legislatura. “Queremos dar a Portugal uma nova ambição”, afirmou Montenegro perante os representantes dos patrões, lembrando que o país já está a “perder largo” em comparação com estados-membros que entraram mais tarde na UE. Montenegro falou no dia em que saíram os dados do INE que dão conta que a economia portuguesa cresceu 2,3%, uma décima acima do previsto.
“Estamos pior do que no início do século”, sublinhou, já depois de lembrar que “sem mercado não há economia nem meios para as pessoas viverem melhor, e para o Estado ter meios próprios” para servir os cidadãos. E nesse ponto, destacou três áreas: Defesa, segurança e o Estado Social.
Descartando “medidas eleitoralistas” como a descida das taxas das portagens apresentada por Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro continuou: só é possível fazer a economia crescer se os impostos diminuírem, e para isso é necessário “paciência, arrojo e responsabilidade.” “Portugal precisa de arriscar um bocadinho, não precisa de entrar em aventuras e dizer aos cidadãos que tudo é fácil”, advertiu.
E depois, ainda antes de repetir a urgência de baixar o IRC até ao 8º escalão, Montenegro deu um exemplo do arrojo e da responsabilidade que é necessária para os próximos quatro anos. “As pessoas que não trabalham por regra… essas pessoas não podem ter rendimentos [subsídios sociais]. Não pode ser mais lucrativo estar em casa a receber subsídios do que trabalhar”, afirmou, sem avançar quaisquer números que sustentem a existência deste problema e numa altura em que o desemprego se mantém baixo, na ordem dos 6,7%.
“Temos de incutir isto, da mesma forma que temos de incutir que a classe média-alta seja recompensada pelos seus contributos”, concluiu.