À esquerda e à direita, os partidos são unânimes e exigem mais esclarecimentos do ex-ministro das Finanças, João Leão, agora vice-reitor do ISCTE, instituto para o qual o Ministério das Finanças despachou uma transferência de €5,2 milhões do Orçamento do Estado (OE). Mas mostram-se divididos quanto a eventuais alterações ao regime de incompatibilidades dos titulares de cargos políticos. É que a lei no que diz respeito a incompatibilidades depois do desempenho de cargos políticos só faz referência a empresas privadas, deixando este caso num vazio legal. Se PS, IL e PCP recusam mudanças na lei motivadas por este caso, PSD e Chega não entendem porque é que os impedimentos nestas situações se aplicam só a empresas privadas.
Embora rejeite demagogia, o PSD diz que não é compreensível que os impedimentos neste casos não digam respeito a quaisquer entidades, sejam públicas ou privadas: “O espírito desta norma é o de impedir uma ligação profissional direta entre o decisor de um benefício financeiro e a entidade dele beneficiária. E se esse é o espírito da norma não faz qualquer sentido que se aplique apenas às entidades privadas”, afirma a deputada Sara Madruga da Costa, coordenadora do PSD na comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados.