“Só haverá crise se os partidos entenderem que há razões para isso.” Com esta frase, uma das muitas em que se desmultiplicou nos últimos dias com o objetivo de evitar uma crise política, o Presidente da República deixou muito claro o que pensa sobre as razões em jogo no eventual chumbo do próximo Orçamento do Estado.
Mais do que dinheiro — e mesmo sabendo do impacto que teria a aceitação de propostas exigidas pelo PCP e pelo BE —, Marcelo Rebelo de Sousa considera que na hora da verdade contará a vontade política. E não está certo de que António Costa não possa ceder à tentação de arriscar ir a votos. Sobretudo se após sucessivos sinais de cedência aos velhos parceiros da ‘geringonça’, o primeiro-ministro considerar (quem sabe se com a ajuda de sondagens) que arrecadou suficientes argumentos para explicar ao país que fez tudo o que estava ao seu alcance e foi a esquerda à sua esquerda que deitou tudo a perder.