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Imigrantes, morte no SEF e golas antifumo. Todas as polémicas que puseram Cabrita em risco (mas ficou)

Partidos políticos voltam a pedir a demissão do ministro da Administração Interna à boleia do caso do realojamento dos trabalhadores rurais no concelho de Odemira, mas está longe de ser a primeira vez. Desde que, em 2017, Eduardo Cabrita substituiu Constança Urbano de Sousa no MAI tem estado várias vezes debaixo de fogo. Golas antifumo inflamáveis, filas para votar no pico da pandemia e contrato do SIRESP são alguns exemplos. O caso da morte do cidadão ucraniano no SEF foi o mais grave, e até teve um empurrão de Marcelo Rebelo de Sousa: mas Costa segurou-o.

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

A gota de água surgiu esta sexta-feira. Depois do Chega e do Iniciativa Liberal, foi a vez do CDS pedir a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, pela "incompetência grosseira" no caso da requisição civil ao Zmar para alojar trabalhadores rurais na sequência de um surto de Covid-19. A resposta de Eduardo Cabrita foi dura: "Coitado do CDS, é um partido náufrago. Estamos aqui para salvar os portugueses, nao para ajudar um partido náufrago".

O tom sobe a cada dia que passa, e a situação vivida em Odemira por causa do surto de Covid-19 nos trabalhadores agrícolas, na sua maioria imigrantes, que vivem em situações precárias e sem condições para cumprirem isolamento foi a última polémica num rol de casos que têm deixado o ministro na corda bamba.

Eduardo Cabrita assumiu a pasta da Administração Interna em outubro de 2017, depois de Constança Urbano de Sousa ter saído na sequência dos grandes incêndios daquele ano, e de lá para cá foram vários os pedidos de demissão feitos por partidos ou outros agentes da sociedade civil: o caso da morte de Ihor Homeniuk nas instalações do SEF foi o que mais extremou posições. Marcelo Rebelo de Sousa chegou a sugerir a porta de saída do ministro, mas o primeiro-ministro segurou-o. Antes disso tinha sido o problema do SIRESP, herdado da antecessora, e a polémica da venda de golas antifumo para tornar as aldeias mais seguras, mas que eram, afinal, de material inflamável. Cabrita tem sido o ministro mais contestado do atual Governo, mas não há remodelação à vista.