O Grupo Parlamentar do PSD entregou um requerimento para que o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros seja ouvido no Parlamento. Os sociais-democratas querem que Augusto Santos Silva preste “todos os esclarecimentos a propósito da exclusão de Portugal da lista de destinos seguros elaborada pelo Governo britânico e ainda das restrições e limitações que têm sido impostas por outros estados à entrada de passageiros oriundos de voos com origem em Portugal”.
No documento, os deputados consideram que a decisão do Reino Unido de excluir Portugal de uma lista de destinos seguros que beneficiarão de corredores aéreos para os cidadãos britânicos “que pretendem gozar umas férias no estrangeiro e evitar a quarentena no regresso ao país” é uma decisão que terá “um enorme impacto para a recuperação do sector do turismo em Portugal”.
O PSD lembra que, em 2019, os turistas britânicos representaram para o país cerca de 20% do total de dormidas de não residentes e que, nos casos de Algarve e Madeira as dormidas atingiram, respetivamente, a fasquia dos 37,3% e 26,6%.
“A exclusão de Portugal desta lista tem grandes consequências económicas e sociais para ambos os países, tendo também em conta a importante comunidade britânica a residir em Portugal e que, obviamente, beneficiaria da possibilidade de se deslocar para o Reino Unido, sem necessidade de observar um período de quarentena”, refere o partido liderado por Rui Rio. Em comunicado, o PSD sublinha que nem mesmo a possibilidade, já avançada por um porta-voz do Governo britânico, de um turista britânico “poder ir de avião para Espanha e depois de carro para Portugal gozar as suas férias, e voltar ao seu país pela mesma via, parece atenuar os efeitos negativos desta decisão do Governo britânico em relação ao nosso país”.
Augusto Santos Silva já reagiu, esta sexta-feira, à decisão do Reino Unido classificando-a como um “absurdo”, “errada” e causa de “muito desapontamento”, acarretando ainda graves consequências económicas e de confiança recíproca.
Em declarações à Lusa, o ministro garantiu que as autoridades portuguesas não irão tomar qualquer atitude de reciprocidade em relação aos britânicos que residem em Portugal - mais de 35.000 - e que espera que o Reino Unido “corrija uma decisão errada rapidamente”.