Mais de quinze dias depois de ter deixado as funções executivas no Aliança, Pedro Santana Lopes quebrou o silêncio sobre a sua decisão. "Disse sempre, e mantenho, que não deserto. Muito menos em alturas difíceis", garante o fundador do Aliança, em comunicado, após uma notícia do Expresso que dava conta do futuro incerto do partido.
Sublinhando os "tempos tão difíceis" da pandemia, Santana Lopes afirma que o Aliança nunca deixou de se reunir e divulgar posições e que recentemente anunciou que por "compromissos profissionais" não poderia permanecer todos os dias no partido.
"É nos órgãos da Aliança que quero dizer o que penso e o que proponho de várias possibilidades organizativas para esta nova fase. Já pedi para encontrarem um espaço onde o possamos fazer com segurança", acrescenta.
Santana Lopes recorda ainda que após o escasso resultado eleitoral nas legislativas, em outubro, comprometeu-se a ficar "na retaguarda" do partido e que numa reunião do Senado, em dezembro, sugeriu a convocação de um Congresso para discutir a liderança.
"A Aliança não é uma teimosia. É um projeto, um sonho. Não acreditem em especulações nem pensem que deixei de ser quem sou. (…) A Aliança existe e está viva. Eu acredito que será cada vez mais forte. O que cada um fará, dentro das suas possibilidades pessoais e profissionais, será decidido em conjunto", conclui.
No sábado, o Expresso avançou que estruturas do Aliança no distrito de Santarém se transferiram em bloco para o Chega, numa altura em que o partido fundado por Santana Lopes se encontra em estado comatoso, tal como descreveu Luís Cirilo, ex-diretor executivo do partido.