Política

PAN propõe criação de linha telefónica exclusiva para o Covid-19

Bebiana Cunha defende que a Linha Saúde 24 já não consegue dar resposta às necessidades da população, sublinhando que 58% das chamadas não foram atendidas na segunda-feira. “É fundamental nesta fase assegurar a triagem e prestar todas as informações necessárias e credíveis para responder a este surto epidémico”, afirma a deputada do PAN

Instalação de um hospital de campanha (tendas amarelas) no exterior do Hospital São João, no Porto para responder em exclusividade ao Covid-19
Manuel Fernando Araújo

O PAN vai apresentar esta terça-feira um projeto de resolução na Assembleia da República que defende a criação de uma linha telefónica exclusiva para os casos suspeitos do novo coronavírus. “Entendemos que o Governo já deveria ter criado esta linha direta especificamente para o coronavírus. É fundamental nesta fase assegurar a triagem e prestar todas as informações necessárias e credíveis para responder a este surto epidémico”, afirma ao Expresso a deputada Bebiana Cunha.

De acordo com a deputada do PAN, a linha Saúde 24 não conseguiu dar resposta a mais de metade das chamadas (15.693) na segunda-feira, numa altura em que o número de pessoas infetadas está a aumentar no país, sendo essencial “não entupir” esta linha que serve para responder a dúvidas sobre outros problemas de saúde.

“A partir de 23 de fevereiro começou a haver mais chamadas não atendidas, quando se começou a falar mais do surto. O objetivo desta linha seria garantir mais respostas e proximidade, porque tudo o que poder ser feito para não se cair em medos e alarmismos deve ser feito o mais rapidamente possível”, acrescenta.

Segundo a Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP), cerca de 58% das chamadas da linha Saúde 24 não atendidas nas últimas 24 horas. A diretora-geral da Saúde admitiu esta quarta-feira no Parlamento que vai demorar algum tempo até ser possível melhorar o funcionamento da linha de atendimento telefónico.

Graça Freitas avançou ainda que estão a ser criadas linhas telefónicas de atendimento e de vigilância específicas para atender a focos de infeção que têm surgido, sobretudo na região norte do país.