"Está aberto um buraco negro". Foi assim que o PS reagiu, esta terça-feira, ao cenário macroeconómico apresentado por Rui Rio, que servirá de base ao programa eleitoral do PSD para as legislativas. Tudo porque, argumentam os socialistas, as propostas de Rio não estão bem explicadas - e abrem um buraco nas contas públicas.
"Rui Rio trouxe hoje um buraco negro", começou por frisar, em declarações aos jornalistas no Parlamento, o socialista João Paulo Correia. Isto porque na tarde desta terça-feira Rio se comprometeu a reduzir a carga fiscal no equivalente a "cortes de impostos de 3,7 mil milhões de euros até ao final da legislatura". Mas, ao mesmo tempo, estabeleceu como prioridade o aumento do investimento público, que estima poder crescer 3,6 mil milhões de euros até 2023.
Sem especificar quais os impostos que quer cortar ou quais as áreas em que irá investir - estão prometidas mais novidades para breve -, Rio, acusa o PS, abriu o tal buraco negro: no total, "promete abdicar de 7,2 mil milhões de euros sem explicar como é que atinge esse objetivo".
"É tentador fazer promessas que espantem os olhos e encham os ouvidos, mas tem de haver realismo", criticou o socialista, desafiando o "PSD a explicar como tem condições" para fazer estas promessas e atacando o partido de Rio por ter "falhado em todas as previsões ao longo dos últimos anos".
Para sexta-feira está marcada uma conferência de imprensa em que Rio revelará as principais medidas do partido no que toca à área fiscal.